Você já se sentiu triste, irritada ou desanimada por muito tempo, sem motivo aparente?
Você já teve dificuldade para se relacionar com as pessoas, se concentrar no trabalho ou sentir prazer nas atividades que gostava?
Se você respondeu sim a essas perguntas, talvez você esteja sofrendo de distimia, um tipo de depressão crônica e incapacitante que afeta principalmente as mulheres.
O que é distimia?
A distimia é um transtorno de humor caracterizado por um estado de tristeza, vazio ou infelicidade que dura pelo menos dois anos em adultos, ou um ano em crianças e adolescentes.
A distimia também é chamada de “doença do mau humor”, pois a pessoa se sente constantemente irritada, insatisfeita e pessimista.
A distimia pode ser confundida com outros transtornos psicológicos, como ansiedade, transtorno bipolar ou transtorno de personalidade. Por isso, é importante procurar um psiquiatra para fazer o diagnóstico correto e o tratamento adequado.
Quais são os sintomas da distimia?
Os sintomas da distimia podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
- Pensamentos negativos recorrentes;
- Sentimento de desesperança;
- Falta ou excesso de apetite;
- Falta de energia ou fadiga;
- Isolamento social;
- Insatisfação;
- Insônia;
- Choro fácil;
- Dificuldade de concentração.
Além disso, a pessoa com distimia pode ter crises de depressão maior, que são episódios de intensa tristeza, desinteresse, culpa e até pensamentos suicidas.
Essas crises podem ser desencadeadas por situações estressantes, traumas, perdas ou mudanças na vida.
Quais são as causas da distimia?
As causas da distimia não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que envolvam fatores genéticos, biológicos, ambientais e emocionais. Algumas possíveis causas são:
- Histórico familiar de depressão ou distimia;
- Alterações nos níveis de neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina, que regulam o humor, o apetite, o sono e a motivação;
- Situações de estresse crônico, como violência, abuso, pobreza, desemprego ou doenças;
- Traumas na infância, como negligência, abandono, rejeição ou bullying;
- Baixa autoestima, perfeccionismo, autocobrança ou autocrítica;
- Temperamento melancólico, introvertido ou dependente.
Como é feito o tratamento da distimia?
O tratamento da distimia é feito com o acompanhamento de um psiquiatra e um psicólogo, que irão avaliar a intensidade dos sintomas, as possíveis causas e as melhores estratégias para ajudar a pessoa a superar o transtorno.
O tratamento pode incluir:
- Uso de medicamentos antidepressivos, que atuam no equilíbrio dos neurotransmissores e aliviam os sintomas da distimia e da depressão maior. O psiquiatra indicará a melhor medicação de acordo com o perfil de cada paciente, é importante seguir o tratamento de maneira regular como orientado.
- Sessões de psicoterapia, que são conversas com um profissional capacitado para ajudar a pessoa a entender e modificar os seus pensamentos, sentimentos e comportamentos que contribuem para a distimia. A psicoterapia pode ser individual, em grupo, familiar ou de casal, dependendo das necessidades e dos objetivos de cada pessoa. Existem diferentes abordagens de psicoterapia, como a cognitivo-comportamental, a psicanalítica, a humanista, a gestalt, entre outras, que podem ser combinadas ou adaptadas pelo psicólogo;
- Mudanças no estilo de vida, que envolvem hábitos saudáveis que podem melhorar o bem-estar físico e mental da pessoa com distimia. Algumas dicas são: praticar atividades físicas regularmente, pois elas liberam endorfinas, que são substâncias que promovem o prazer e o relaxamento; ter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, proteínas magras e gorduras boas, que fornecem nutrientes essenciais para o funcionamento do cérebro e do corpo; evitar o consumo de álcool, tabaco, drogas e cafeína, que podem piorar os sintomas da distimia ou interagir com os medicamentos.
Por que é importante procurar um psiquiatra?
A distimia pode comprometer a qualidade de vida, a saúde, o desempenho e a funcionalidade da pessoa que sofre com ele.
Muitas vezes, a pessoa com distimia não percebe que tem um problema, ou acha que é normal se sentir assim, ou que não tem solução.
O psiquiatra fará um diagnóstico correto e poderá prescrever medicamentos para aliviar os sintomas da distimia e da depressão maior, indicar o psicólogo mais adequado para fazer a psicoterapia, orientar a pessoa sobre os cuidados com a saúde, os efeitos colaterais dos medicamentos, as possíveis recaídas e as formas de prevenção.
Procurar um psiquiatra não é sinal de fraqueza, loucura ou vergonha. É um ato de coragem, responsabilidade e amor-próprio, que pode fazer toda a diferença na recuperação da pessoa com distimia.